Hitchcock



Texto:
Emerson de Oliveira
Fotos: Imdb, google


Falar desse grande mestre do cinema (esse sim faz jus a esse título) é um misto de prazer e responsabilidade. Prazer pelo que é típico do bom cinema: é uma delícia embarcar na trama proposta por um grande diretor; e quando eu falo de responsabilidade, eu me refiro à reputação do nome Hitchcock e tudo que ele evoca, sobretudo a paixão de fãs e admiradores do velho mestre do suspense, título mais atribuído ao diretor. Portanto, todo cuidado (e respeito) é pouco quando se escreve sobre um grande artista.

Um pouco de história



Filho de Emma e William Hitchcock, comerciante de verdura e frutas, Alfred Joseph Hitchcock nasceu em Londres, no dia 13 de Agosto de 1899. Alfred teve uma educação bem rígida, fato que era relativamente comum na época; ele estudou em colégios católicos da capital bretã. Segundo alguns de seus biógrafos, aqueles mais atentos aos detalhes pessoais, esse período teria sido tão traumático para Hitchcock, que partes dessas lembranças estariam presentes em sua obra. Outros fatos apontados por estes mesmos biógrafos, com tendências às colunistas de fofocas, que teriam reflexos na obra do diretor seriam: a perda precoce de seu pai, quando ele tinha apenas 15 anos, e a péssima relação que desfrutava com sua mãe.

Finalizado o período escolar, Alfred estudou engenharia e desenho; posteriormente trabalhou como técnico em uma empresa de telégrafos.




No ano seguinte (1926), Hitchcock casa-se com Alma Reville, que conheceu durante um de seus trabalhos. Além de esposa, ela foi uma grande colaboradora do trabalho de Hitchcock, principalmente na elaboração dos roteiros. Chegou até dirigir algumas cenas de psicose, quando o marido esteve doente.




The Pleasure Garden foi o estopim na carreira de Hitchcock, a partir daí não parou de produzir, chegando à incrível marca de 44 filmes produzidos entre os anos 1925 e 1976, uma média de quase um longa por ano. 

As obras do diretor podem ser organizadas de duas maneiras:

Filmes mudos
(1925 - 1929)

Filmes sonoros
(1929 - 1947)

Filmes coloridos
(1948-1976*)

* Psicose, de 1960, foi filmado em P&B. 

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Fase inglesa
(1925 - 1949)

Fase Americana
(1950 - 1976)


Isso mesmo, depois estabelecer seu nome como o principal cineasta inglês de seu tempo, Hitchcock foi convidado para produzir filmes em Hollywood. Em 1939 ele foi convidado pelo produtor David Selznick a mudar para os EUA. Ele topou, e já começou fazendo barulho, seu filme de estreia, Rebecca (1940), ganhou o Oscar de melhor filme.

Foi nessa fase americana que Hitchcock produziu alguns de seus maiores sucessos como: Disque M. para matar (1954), Janela Indiscreta (1954), Um corpoque cai (1958), Psicose (1960) e Os Pássaros (1963).

Apesar dos vários sucessos e do reconhecimento de seu talento, a carreira de Hitchcock é marcada pelo fato do diretor nunca ter ganhado um Oscar, injustiça que tentou ser compensada com prêmios pelo conjunto de sua obra: Prêmio Irving Thalberg (1968), entregue na cerimônia do Oscar e o BAFTA (1978). 

Hitchcock recebendo o Prêmio Irving Thalberg em 1968.


Mas ele já enfrentava problemas com os críticos desde a ascensão de sua carreira, sendo tachado de refém dos grandes estúdios e de abusar das mesmas fórmulas que o consagraram. Seu reconhecimento, mais uma vez, veio posteriormente e partiu de um grupo de cinéfilos do outro lado do canal da mancha, quando o crítico de cinema françois Truffaut, um dos principais nomes da Nouvelle Vague, começou publicar elogios a Hitchcock, elevando o diretor na categoria de gênio da sétima arte.
  
As curiosidades da obra e da própria persona de Hicthcock, também são outros aspectos muito visitados por seus biógrafos. Vale citar algumas:

* Sempre usava ternos, diziam até que ele dormia com eles.

* Tinha uma sina por atrizes louras.

* Dois galãs marcaram a obra do diretor, James Stewert e Cary Grant, juntos protagonizaram 8 filmes de Hitchcock.

*Mortes e assassinatos são marcas registradas de seus filmes.



Essas curiosidades foram exploradas (ao extremo) por duas ficções baseados na vida do diretor lançadas em 2012: Hitchcock, protagonizado por Anthony Hopkins,



e The Girl, filme para TV produzido pela HBO.


Gênio, psicótico, perfeccionista, estranho, mestre... Adjetivos não faltam quando se trata de Hitchcock, uma das figuras mais curiosas, reverenciadas e revisitadas da história do cinema. Goste ou não das obras do diretor, ou mesmo das estranhezas de sua figura pitoresca, não dá para negar a importância do diretor no desenvolvimento e estabelecimento da sétima arte. Vale lembrar que ele foi um verdadeiro artesão do cinema e participou da ascensão e auge do cinema, passando pelas mais variadas funções dentro da produção cinematográfica. Portanto, como negar o talento desse artista? Essa é nossa homenagem e reverencia o grande mestre Sir Alfred Joseph Hitchcock.


Confira alguns links interessantes sobre 
Hitchcock:

* As 39 obsessões de Hitckcock
* 13 aparições de Hitchcock em seus filmes
* Especial 50 anos de Psicose
* Timelapse sobre janela indiscreta
* Tributo a Alfred Hitchcock

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